A nova denúncia surge quase 3 anos e meio após a primeira, que ocorreu na Serra (ES). Desta vez, a loja acusada é a de Coqueiral de Itaparica, Vila Velha (ES). A vitima, um homem negro, após ter registrado o crime de racismo na Delegacia de Policia, diz que vai ingressar com ação judicial contra o Supermercado Carone e a empresa de segurança
Três anos e cinco meses após ter sido manchete nacional sob acusação de seus seguranças brancos terem espancado um homem negro, no interior da loja do supermercado Carone de Laranjeiras, na Serra (ES), a mesma rede supermercadistas volta a sofrer denúncia de racismo. Desta vez quem denuncia é o assessor Especial Nível I – QCE-04 da Secretaria da Casa Civil do Governo do Espírito Santo, Júlio Alves de Souza, um homem negro e ocorreu na loja de Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha (ES).
Em vídeo que circula nas redes sociais do Espírito Santo, gravou um vídeo onde textualmente diz:
“Parece filme repetido, né? Mas, felizmente, é o mundo. Mais uma vez…Ó, eu sei nem mais o que falar, é difícil. Não tem nem mais força para poder falar. A gente luta, a gente tenta, mas está ficando cada dia mais difícil de falar e enfrentar o racismo no Brasil. Não tem punição. Mais uma vez, dentro de um mercado, segurança, a gente tentando comprar as coisas e não consegue. Porque segurança, acho que você vai roubar, te segue, eu perguntei se ele queria fazer compra comigo. E aí, o mercado em todo, todo foi ao meu favor, viu a situação e o gerente falar, desculpa, até quando? Não tem nem mais o que falar. Chega de ser vergonhoso.”
A Casa Civil, onde Julio Souza presta serviço, é um órgão que dá assistência direta ao Governador do Estado, auxiliando-o na gestão istrativa e política do governo. O supermercado evita dar seu posicionamento sobre as denúncias de racismo que ocorre em suas lojas. Foi assim que fez na sessão de espancamento do homem negro em dezembro de 2021, que ocorreu com a ação de dois seguranças do Carone, em um quarto fechado, com tapas no rosto e puxões nos cabelos, após ter sido dada uma surra.
Cliente negro sendo seguido por seguranças
Julio conta que chegou na loja de Coqueiral de Itaparica, na última sexta-feira (29), por volta das 17 horas, com o intuito de fazeer compras. Mas, assim que entrou no supermercado, ou a ser seguido de forma ostensiva por dois seguranças do Carone. “Peguei um carrinho e fui a uma primeira seção, a de carne, e tinha um senhor de idade em pé (segurança). Peguei um queijo e esse senhor já estava me seguindo. Depois olhei algumas coisas, mandei mensagem para minha namorada, entrei em outra seção e outro segurança me seguiu. Olhei um vinho, fui na seção de queijos e esse segurança já estava lá também”.
Ele ainda narrou que Júlio ou na seção de vinhas e colocou três garrafas no carrinho de compras e acrescentou mais um salaminho. Fooi nesse momento que viu o mesmo segurança o observando bem de perto. “Perguntei se ele queria fazer compras comigo. Esse que me seguiu também estava na padaria. Fui pegar um iogurte e ali subiu a mágoa e decidi não comprar mais nada. Sou um rosto conhecido no Carone e procurei o gerente. Relatei, disse que sou servidor público, que não estava mal vestido, e mesmo que estivesse. Comecei a chorar dentro do supermercado e as pessoas me incentivaram a chamar a policia, dizendo que é crime”.
Revoltado com a ação racista do supermercado Carone que diz ter se encorajado, com o apoio dos demais fregueses, e solicitado as imagens das câmercas de segurança e se dirigir á uma Delegacia de Polícia, para fazer o registro. É um direito meu. Se sou um cara das negritude do estado e tenho voz, preciso gritar. Pedi as imagens, liguei para o Ciodes e relatei. Nisso chegou um amigo e o padrasto dele. O gerente me pediu desculpas e, diante dos meus amigos, disse que os seguranças não estavam me seguindo e sim trocando postos porque era hora de trocar dinheiro. Mas nas seções têm caixa pra tirar dinheiro? Claro e evidente que foi má-fé”.
O que diz a Receita Federal sobre o supermercado
Segundo os registros da Receita Federal, é nome fantasia a denominação “Supermercado Carone”, uma vez que o nome oficial é Drift Comercio De Alimentos S/A. A empresa foi fundada em 2 de setembro de 1976, tendo atualmente um capital social de R$ 9.150.000,00. O grupo tem os seguintes sócios: Diretor Andreia Carone; Diretor Nelsione de Souza Batista; Diretor Sergio Nagib Carone; Diretor Tiago Fachetti Miotto; Diretor Vanderlei Martins e Presidente WIlliam Carone Junior.
Outro lado
Fica aberto o espaço para o Supermercado Carone dar o seu posicionamento. Assim, que o faça, esta matéria será atualizada.